Cidades - Diário da Manhã
28/03/2008
O vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Rusembergue Barbosa, solicitou ontem ao governador Alcides Rodrigues que envie à Assembléia Legislativa projeto de lei de transferência de uma torre de telecomunicações e de um reservatório de água da área do Morro da Serrinha. O pedido reforça o projeto de lei do parlamentar que propõe a transformação da área, considerada a única região de Cerrado dentro da Capital, em parque destinado à visitação pública e preservação da mata nativa. O pedido é também uma resposta à decisão da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel) de instalar a estátua do fundador de Goiânia, concebida pela artista plástica Neusa Morais, no morro. A justificativa é de que a estátua causará impactos ambientais graves à região, que possui algumas espécies endêmicas (não encontradas em outro lugar). O parlamentar classificou a instalação da estátua como uma aberração, que poderá provocar efeitos desastrosos ao morro.Para resolver este impasse, o vereador encaminhou à Câmara projeto que prevê realização de plebiscito para decidir o local mais adequado. Cinco foram os locais escolhidos: o imóvel da Rua 24, onde se encontra a centenária árvore moreira, as praças Cívica, do Trabalhador e do Cruzeiro e o Morro da Serrinha, conforme desejo da Agepel. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para última votação. Na próxima segunda, Rusembergue se reunirá com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Victor Lenza, para tratar do assunto. Caso o pedido seja aprovado, o plebiscito ocorrerá durante o período eleitoral.A presidente da Agepel, Linda Monteiro, não foi encontrada para dar declarações. Entretanto, em reportagem veiculada pelo Diário da Manhã em janeiro deste ano, a agência declarou que a obra não agridirá o meio ambiente e poderá até valorizá-lo. O projeto consiste na criação de mirante, onde a estátua será instalada a uma altura de 19 metros.O Morro da Serrinha ocupa uma área de mais de 100 mil metros quadrados. O local contém mais de 70 espécies nativas do Cerrado brasileiro, como pequi, jacarandá e cagaita. É considerado o ponto mais alto de Goiânia e do qual Pedro Ludovico projetou a futura Capital. A transformação da área em um parque seria desejo do próprio Attílio Corrêa Lima, responsável pelo projeto arquitetônico de Goiânia, e que teria reservado o morro para este fim. “A intenção de Attílio era fazer uma capital semelhante a um jardim”, afirmou Rusembergue. A área pertencia à empresa Sul Americana de Montagens S/A (EMSA) e foi desapropriada ainda na primeira gestão do então governador Marconi Perillo para a construção de um Porto de Telecomunicações (Teleporto), que consistiria em um complexo destinado à transmissão e recepção de sinais de telecomunicações via satélite. O projeto, no entanto, foi embargado pelo Ministério Público estadual, que argumentou ser ilegal a construção em cima de topos de morros. Ainda assim, a Serrinha abriga antenas e um reservatório de água, que alteram a paisagem natural e impedem a infiltração de água.
OPOSIÇÃO
A oposição à decisão da Agepel tornou-se mais forte quarta-feira (26), quando um grupo de ambientalistas, liderados pelo presidente da ONG Guerreiros da Natureza, Antônio Carlos Volpone, visitou o morro e declarou ser contra a instalação do monumento na Serrinha. O grupo também manifestou seu apoio ao vereador Rusembergue no projeto de transformação da área em parque. “O vereador será bem recebido neste e em outros projetos que visem à preservação ambiental”, declarou Volpone. Além de abrigar espécies nativas, o morro também constitui área de recarga de água. Isso significa que ele alimenta o lençol freático com água da chuva e drena a água para o Parque Amazônia e Córrego Botafogo. Se aprovado o projeto de criação de um parque, este será cercado e todas as construções atuais deverão ser retiradas. A únicas alterações deverão ser caminhos destinados ao acesso do público. Futuramente, o vereador afirma que a área poderá, inclusive, abrigar a estátua de Pedro, desde que seja instalada sob critérios ecologicamente corretos.
28/03/2008
O vice-presidente da Câmara Municipal de Goiânia, Rusembergue Barbosa, solicitou ontem ao governador Alcides Rodrigues que envie à Assembléia Legislativa projeto de lei de transferência de uma torre de telecomunicações e de um reservatório de água da área do Morro da Serrinha. O pedido reforça o projeto de lei do parlamentar que propõe a transformação da área, considerada a única região de Cerrado dentro da Capital, em parque destinado à visitação pública e preservação da mata nativa. O pedido é também uma resposta à decisão da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel) de instalar a estátua do fundador de Goiânia, concebida pela artista plástica Neusa Morais, no morro. A justificativa é de que a estátua causará impactos ambientais graves à região, que possui algumas espécies endêmicas (não encontradas em outro lugar). O parlamentar classificou a instalação da estátua como uma aberração, que poderá provocar efeitos desastrosos ao morro.Para resolver este impasse, o vereador encaminhou à Câmara projeto que prevê realização de plebiscito para decidir o local mais adequado. Cinco foram os locais escolhidos: o imóvel da Rua 24, onde se encontra a centenária árvore moreira, as praças Cívica, do Trabalhador e do Cruzeiro e o Morro da Serrinha, conforme desejo da Agepel. O texto está na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para última votação. Na próxima segunda, Rusembergue se reunirá com o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Victor Lenza, para tratar do assunto. Caso o pedido seja aprovado, o plebiscito ocorrerá durante o período eleitoral.A presidente da Agepel, Linda Monteiro, não foi encontrada para dar declarações. Entretanto, em reportagem veiculada pelo Diário da Manhã em janeiro deste ano, a agência declarou que a obra não agridirá o meio ambiente e poderá até valorizá-lo. O projeto consiste na criação de mirante, onde a estátua será instalada a uma altura de 19 metros.O Morro da Serrinha ocupa uma área de mais de 100 mil metros quadrados. O local contém mais de 70 espécies nativas do Cerrado brasileiro, como pequi, jacarandá e cagaita. É considerado o ponto mais alto de Goiânia e do qual Pedro Ludovico projetou a futura Capital. A transformação da área em um parque seria desejo do próprio Attílio Corrêa Lima, responsável pelo projeto arquitetônico de Goiânia, e que teria reservado o morro para este fim. “A intenção de Attílio era fazer uma capital semelhante a um jardim”, afirmou Rusembergue. A área pertencia à empresa Sul Americana de Montagens S/A (EMSA) e foi desapropriada ainda na primeira gestão do então governador Marconi Perillo para a construção de um Porto de Telecomunicações (Teleporto), que consistiria em um complexo destinado à transmissão e recepção de sinais de telecomunicações via satélite. O projeto, no entanto, foi embargado pelo Ministério Público estadual, que argumentou ser ilegal a construção em cima de topos de morros. Ainda assim, a Serrinha abriga antenas e um reservatório de água, que alteram a paisagem natural e impedem a infiltração de água.
OPOSIÇÃO
A oposição à decisão da Agepel tornou-se mais forte quarta-feira (26), quando um grupo de ambientalistas, liderados pelo presidente da ONG Guerreiros da Natureza, Antônio Carlos Volpone, visitou o morro e declarou ser contra a instalação do monumento na Serrinha. O grupo também manifestou seu apoio ao vereador Rusembergue no projeto de transformação da área em parque. “O vereador será bem recebido neste e em outros projetos que visem à preservação ambiental”, declarou Volpone. Além de abrigar espécies nativas, o morro também constitui área de recarga de água. Isso significa que ele alimenta o lençol freático com água da chuva e drena a água para o Parque Amazônia e Córrego Botafogo. Se aprovado o projeto de criação de um parque, este será cercado e todas as construções atuais deverão ser retiradas. A únicas alterações deverão ser caminhos destinados ao acesso do público. Futuramente, o vereador afirma que a área poderá, inclusive, abrigar a estátua de Pedro, desde que seja instalada sob critérios ecologicamente corretos.
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