sexta-feira, 30 de maio de 2008

Apoio pela criação do parque


Roberta Luiza,
Cidades, Diário da Manhã
30 de maio de 2008
Representantes do Fórum de Entidades Pró-Criação do Parque Ecológico Serrinha visitaram o Diário da Manhã na tarde de quarta-feira (28) para pedir o apoio do editor-geral do DM, Batista Custódio, na luta pela transformação do Morro da Serrinha em parque. Eles relataram o motivo pelo qual se engajaram no Fórum e por que vão participar do abraço coletivo à área de preservação permanente (APP), no Morro da Serrinha. O evento é no dia 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a partir das 9 horas. Integrantes do Fórum esperam participação de aproximadamente três mil pessoas.
Batista Custódio contou que nunca em sua vida jogou fora qualquer semente de fruta. “Se ao invés de jogarem saquinhos de leite no lixo, as pessoas os enchessem de terra e plantassem neles as sementes que jogam fora, em dez anos o Brasil não daria conta de consumir tanta fartura.” O editor-geral do DM disse ainda que sempre procura fazer a sua parte. “A administração pública devia plantar árvores nativas das regiões e contratar artistas plásticos para planejar as praças de nossa cidade.”
O vereador Rusembergue Barbosa, autor do projeto de criação do Parque da Serrinha, garantiu que está lutando pelas causas ambientais. “Temos que pensar nas próximas gerações. Entrei com o manifesto e com o projeto porque quero que Goiânia continue sendo considerada a cidade mais verde e arborizada do Brasil.” A área do morro soma mais de 107 mil metros quadrados e está localizada na divisa dos setores Pedro Ludovico e Bairro Serrinha. O projeto de Rusembergue também se baseia em leis ambientais para que o poder público acate a idéia de criação do parque.
O secretário de Administração municipal, Jorge Pinheiro, que na oportunidade representou também o PRB Verde, garantiu que o prefeito Iris Rezende já se manifestou favorável à construção do parque e na recuperação da área. “Apoiamos a idéia porque precisamos combater o aquecimento global e plantar árvores é uma das soluções. Só o partido está reunindo cerca de 800 pessoas para abraçar o Morro da Serrinha.”
Aproveitando a presença de um representante da prefeitura, o consultor ambiental Alessandro Mendes pediu a ajuda para a preservação de várias outras áreas que são de preservação e que hoje viraram motivo de especulação comercial.
Degradação assusta moradores
Membro da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (Dema), Janaína Mascarenhas assegurou que a delegacia já está em processo de investigação para a instauração de inquérito referente à nascente da Serrinha que fica no morro. O secretário municipal de Meio Ambiente de Aparecida de Goiânia, Lafaiete de Campos Filho, contou que a cidade vizinha também entrou nessa luta. “As pessoas perguntam por que estamos na briga pelo Parque da Serrinha, se somos de Aparecida. Eu apenas digo que estaremos juntos em toda luta em defesa do nosso bioma”, completou o secretário. Lafaiete falou ainda da importância de se cuidar de uma das últimas áreas de Goiânia que ainda tem vestígios do cerrado.
Segundo o presidente da Associação dos Amigos do Morro da Serrinha, João Paulo, nos últimos dois anos a degradação do morro foi maior do que nos anos anteriores. Essa devastação preocupa também a atleta Dayane Barros. Ela é campeã de corrida e montanha e defende a criação do parque. “Será um referencial para todos nós”, disse. Quem representou a Academia Goianiense de Letras foi o professor Mauro Pereira de Souza, diretor de intercâmbio cultural da academia. “A redução de áreas verdes traz problemas para a sociedade. Precisamos preservar principalmente as nascentes para evitar maiores prejuízos ambientais”, alegou.
A Ordem dos Advogados do Brasil (seção Goiás) foi representada na reunião pelo advogado Marcelo de Castro Dias, especializado em planejamento urbano e ambiental. “A OAB entende que o morro já é defendido pela própria legislação federal como área de preservação permanente (APP). Nada melhor que destinar essa área para um Parque Ecológico. Isso só vai melhorar a qualidade de vida da população”, justificou.
O diretor da Associação do Lago das Rosas, Aldair Queiroz, disse que todos entraram nessa causa para ajudar na preservação de uma área ambiental. “O Morro da Serrinha é um patrimônio histórico da humanidade. A única área da capital que tem vegetação típica do cerrado”, confirmou. Segundo a assessoria do vereador Rusembergue, no dia do evento, antes do abraço ao Morro da Serrinha, acontecerá a apresentação musical da Banda da Brigada de Operações Especiais do Exército.
ONG, Assembléia e empresários reforçam a luta
Vice-presidente da Acieg Jovem, Lílian Queiroz disse que “é importante abraçar causas ecológicas e sociais que dizem respeito a nossa sociedade. Depende dos jovens ter ou não um futuro melhor”. O representante da deputada estadual Vanuza Valadares, presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia, disse que ela não medirá esforços na interlocução com o Estado para a criação do parque. “A iniciativa é importante para o bioma do cerrado”, garantiu Wesley Batista.
A Organização Não-Governamental (ONG) Guardiões do Verde, presidida pelo cabo Araújo, entrou na luta pelo Parque da Serrinha. “Estamos há oito anos na briga pela preservação dos parques da Capital. O Morro da Serrinha é mais uma área de preservação que precisa ser cuidada”, observou Araújo.
Para o coordenador-geral da Associação Atletas de Jesus, Waldemir Soares, é preciso que todos trabalhem em defesa da vida. “Temos que preparar dias melhores para nossas crianças de hoje. Defender a vida é defender o verde. Não podemos esperar e temos que dar o primeiro passo já.”
Segundo o presidente da ONG Guerreiros da Natureza, A.C. Volpone, a entidade vai cobrar do vereador Rusembergue para que todas as pessoas envolvidas neste projeto se unam para resolver primeiro essa questão do parque. A ONG sugere ainda que a área que hoje é do Estado passe para o município. “Como o Morro da Serrinha é uma área estadual e o Colégio Lyceu está em uma área municipal, a troca pode ser feita. As duas têm o mesmo valor, e a troca é o melhor para que as entidades tentem junto à prefeitura o apoio para a construção do Parque Ecológico”, completa.
A diretora do Colégio Lyceu, Sílvia Zeferino, disse que a implantação de um parque no Morro da Serrinha vai enriquecer o trabalho com os alunos. “Poderemos fazer estudo de campo e os alunos vão conferir o meio ambiente na prática. O trabalho de conscientização fica bem mais fácil.”
Quem também pensa no contato com a natureza é o estudante de Biologia Murilo Rosa de Souza. Ele é membro do Projeto Escola Consciente e faz trabalho nas escolas para que os estudantes possam abraçar o Morro da Serrinha.

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