terça-feira, 22 de junho de 2010

Um elevador para o morro da Serrinha

Diário da Manhã
18/06/2010
Página 11


Temos em Goiânia uma área ecológica maravilhosa no bairro Serrinha. Trata-se de um dos raros morros da cidade com exuberante mata nativa do Cerrado. Este espaço merece ação urgente do poder público, pois estamos perdendo tempo em criar ali um santuário ecológico e turístico. A Câmara Municipal de Goiânia tem sido ativa na defesa deste morro, pois diversos legisladores já se revelaram interessados em modificar a realidade do local.

Na semana passada, estive na área de 107.398 metros quadrados, de propriedade do Estado de Goiás, e imaginei como a criatividade e gestão administrativa competentes poderiam, de fato, ser instrumento para o turismo e meio ambiente.

Sabemos da existência da proposta do Teleporto, que projetou um centro de alta tecnologia nas imediações do local. Também conhecemos os impedimentos do Ministério Público, que enxerga nesta proposta mais uma agressão ambiental em desfavor do desenvolvimento sustentável. Precisamos colocar ponto final na ideia de centro tecnológico e voltar a pensar em um parque. O que não pode é o local permanecer intocado pelo poder público, sendo espaço livre de regras e fiscalização. O Governo de Goiás deve ter vergonha em manter um local abandonado e improdutivo, sem dar finalidade cidadã a um bem que é público por sua natureza.

Na quarta-feira, apresentamos como proposta mais adequada uma variação daquela defendida pela Associação Amigos do Morro da Serrinha e vereador Rusembergue Barbosa: a construção de um Centro Turístico no local, fator que vai, de imediato, valorizar o espaço, promover o meio ambiente, turismo para a Capital e preservar a área da depredação. E mais: inibir qualquer prática de violência no local. Afinal, a vocação daquele espaço é para parque.

Acreditamos que o Teleporto Parque Serrinha, da forma como foi apresentado, gerando discórdias, iria agravar ainda mais o problema do trânsito e ocupação do solo na área próxima. Em virtude disso, sugiro a criação de um simples parque, aos moldes do que a Prefeitura já vem inaugurando na cidade. Mas também propomos a construção de um elevador que deslocaria os visitantes da calçada até o topo do morro. Trata-se de inspiração no Elevador Lacerda, de Salvador, um dos principais pontos turísticos daquela cidade.

A Prefeitura poderia cobrar taxas simbólicas para uso deste elevador, criando, com estes recursos, um fundo de investimento para o meio ambiente. Em uma simulação que realizamos, em 3D, podemos vislumbrar a cena panorâmica maravilhosa que teremos com este elevador. Imagino para esta área uma concorrência inspirado na Lei 11.079, que institui as parcerias público-privadas. É possível instituirmos um parque, uma rede de restaurantes e o elevador. Além disso, aprovaríamos também um projeto de reflorestamento do parque com mata original do Cerrado. Não precisamos seguir apenas as regras da parceria público-privada, mas outras formas de concessão. É claro que as parcerias das PPP’s são ideais para este parque, mas a Prefeitura pode apresentar dotação diferenciada da norma e optar por outros mecanismos administrativos.

O morro pode e deve permanecer como espaço voltado para a adoração cristã. Mas também deve se tornar um espaço para a família e turista que deseja ter uma belíssima visão panorâmica da cidade. Tudo isso pode ser contemplado com a atuação da Prefeitura e dos empresários que enxergarem no local oportunidade de negócios. Nós, na Câmara, com certeza, desejamos discutir este assunto.

Negro Jobs é gari, vereador e artesão. (twitter/Garinegrojobs)

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