domingo, 9 de novembro de 2008

Ambientalistas querem criação urgente de parque

A.C. Volpone, Rusembergue Barbosa, Joãozinho Ferreira e
autoridades durante visita ao Morro da Serrinha na tarde de ontem


Matheus Álvares Ribeiro
Da Editoria de Cidades
Diário da Manhã
08 de novembro de 2008


Autoridades ligadas ao meio ambiente visitaram, na tarde de ontem, o Morro da Serrinha. O encontro, promovido pelo vereador Rusembergue Barbosa, teve como objetivo pressionar o governo do Estado a ceder a área para o município, que pretende criar um parque no local.
Em maio deste ano, o vereador se reuniu com o então secretário de Articulação Política do governo, Roberto Balestra. No encontro, Rusembergue propôs trocar a área do Colégio Lyceu de Goiânia, nas mãos do município, pelo Morro da Serrinha, em posse do Estado. A decisão final, no entanto, cabe ao governador Alcides Rodrigues, que ainda não se pronunciou.
Na Câmara Municipal, já tramita projeto de lei, de autoria de Rusembergue, que prevê a criação do Parque da Serrinha. “Queremos um parque à altura do Vaca Brava”, afirma. O gerente de Políticas Ambientais da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Silas Paulo de Sousa, afirma que há interesse do secretário Roberto Freire e do governo do Estado em colaborar. Até o momento, no entanto, nenhuma decisão foi tomada.
“O morro já devia ter virado parque há 20 anos”, afirma o presidente da ONG Guerreiros da Natureza, Antônio Carlos Volpone. Para garantir resposta rápida do governador, membros da entidade promoverão, a partir de agora, protestos em frente ao Palácio Pedro Ludovico, onde estenderão faixas e levarão mudas de plantas nativas do Cerrado.
Vereador eleito pelo PRB, Joãozinho Ferreira também visitou o local e reiterou urgência em transformar o local em parque. “São espécies nativas do Cerrado que estão se perdendo com a depredação”, alertou.
Espécies nativas
O Morro da Serrinha ocupa área de mais de 100 mil metros quadrados. A região contém mais de 70 espécies nativas do Cerrado, como pequi, jacarandá e cagaita. A variedade inclui algumas consideradas endêmicas, ou seja, não são encontradas em outro lugar.
É o ponto mais alto de Goiânia e do qual Pedro Ludovico projetou a futura capital. A transformação da área em parque seria um desejo do próprio Attilio Corrêa Lima, responsável pelo projeto arquitetônico de Goiânia e que teria reservado o morro para este fim.
Além de abrigar espécies nativas, o morro também constitui em área de recarga de água. Isso significa que alimenta o lençol freático com a água da chuva e drena a água para o Parque Amazônia e Córrego Botafogo. Atualmente, a área é alvo de degradação dos próprios moradores, que jogam lixo e retiram cascalho da área.
Outra briga dos defensores do parque é o projeto da Agência Goiana de Cultura Pedro Ludovico Teixeira (Agepel), em instalar estátua do fundador de Goiânia no alto do morro. Os grupos contrários ao projeto alegam que o monumento degradaria ainda mais o morro. Caso o projeto de criação do parque seja aprovado, as únicas alterações feitas no local serão as telas que cercarão o morro e passarelas destinadas ao acesso de pessoas.

Nenhum comentário: