Contra o Impacto Anbiental e a favor de um Parque
Publicado no Clube de Notícias
Clube de Engenharia de Goiás
Junho de 2010, Ano XIV, nº 287
Publicado no Clube de Notícias
Clube de Engenharia de Goiás
Junho de 2010, Ano XIV, nº 287
Páginas 18 e 19
Estamos enfrentando dois casos distintos, mas que acabaram por se misturar: fazer uma excelente homenagem a Pedro Ludovico Teixeira e a preservação e transformação do Morro da Serrinha num parque ambiental. Autoridades políticas, organizações não-governamentais e associações, como a Associação dos Amigos do Morro da Serrinha, já cansaram de delatar e registrar, em vários tipos de comunicação, o estado avançado de degradação ambiental em que o Morro da Serrinha se encontra.
O morro é uma área pública destinada a ser um parque, de acordo com o plano original de Goiânia, de autoria do estimado urbanista Attilio Corrêa Lima. Segundo historiadores, o então governador do estado e fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, vislumbrou lá de cima, montado em seu cavalo, onde seria erguida a nova capital de Goiás. Atualmente, a área em questão é uma APP (área de proteção permanente) que deveria ser de propriedade do município de Goiânia, mas hoje possui muitos “donos”, sendo um deles o Estado de Goiás, o qual adquiriu “uma parte” do morro durante as negociações para a instalação sem sucesso do comentado Teleporto.
Hoje, o topo do morro sofre com as instalações de torres de telefonia e de um reservatório d’água, e seus arredores ultimamente só estão servindo para que parte da população local jogue seu lixo, retire parte do seu solo, provoquem queimadas, derrubem árvores e arbustos nativos do cerrado com a finalidade de fazer lenha, além de praticarem alguns delitos, como uso e venda de entorpecentes.
Além da péssima iluminação ao seu redor, o local se transformou num verdadeiro ponto sem total segurança para a população vizinha e para as pessoas que frequentemente se encontram ali para suas celebrações religiosas ou para esporádicas prática de esportes, como o montanhismo e mountain biking.
Portanto, é de fácil compreensão do por que tanto a família de Pedro Ludovico, quanto autoridades políticas, historiadores e ambientalistas refutam e não concordam com a decisão da secretária da AGEPEL, Linda Monteiro, em instalar o grandioso monumento em homenagem ao Pedro Ludovico Teixeira no Morro da Serrinha.
Para os familiares do ex-governador, políticos e historiadores, o morro, na situação em que se encontra hoje, não é nem de longe o local ideal para tamanha homenagem, onde ela certamente sofreria futuramente com descaso, abandono e depredações. Muitos defendem a construção de um memorial, assim como o que foi feito para JK em Brasília, ou que pelo menos a estátua seja alocada onde Pedro Ludovico comandou Goiás: a Praça Cívica, a qual leva o seu nome. Ou seja, num local onde a estátua pode ser mais bem vista e preservada.
Já os ambientalistas desejam que a Serrinha seja transformada em parque o mais rápido possível, que todas as construções humanas no local sejam retiradas do local e que seja feita a recuperação vegetal desse resquício de cerrado perdido em meio a uma área altamente urbanizada de Goiânia.
Mas com a decisão quase que irrevogável da inacessível secretária Linda Monteiro, a partir da qual já está até aberta a licitação para a construção do local para receber a estátua, toda a população de Goiânia se sente de certa forma impotente quanto à possibilidade de escolha de um local para o monumento. Onde exatamente vai ser colocada a estátua? Que tipo de estrutura será criado? Qual será o impacto ambiental? Vai ser mesmo criado um parque no morro? E qual será o tamanho desse parque? Vai ser justa a homenagem ao fundador da capital? Vale ressaltar que uma enquete realizada pelo jornal Diário da Manhã em janeiro de 2009 mostrou que 83% dos 47 leitores entrevistados preferem a instalação do monumento de Pedro Ludovico na Praça Cívica, e não no Morro da Serrinha.
Em suma, sou contra qualquer tipo de impacto ambiental que possa ser causado ao Morro da Serrinha e prezo pela rápida criação de um parque no local e retirada de todas as instalações prediais existentes. Quanto à estátua, defendo que seja colocada em um local bem visto, como a Praça Cívica, ou que seja criado um memorial para Pedro Ludovico em outro local, que não seja o morro, visto sua situação degradante atual.
João Paulo Antunes da Silva - Presidente da Associação dos Amigos do Morro da Serrinha, graduado em Ciências Biológicas (UEG), pós-graduado lato sensu em Perícia Ambiental (PUC-GO), professor de Educação Ambiental e de Ecologia e Meio Ambiente da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
Estamos enfrentando dois casos distintos, mas que acabaram por se misturar: fazer uma excelente homenagem a Pedro Ludovico Teixeira e a preservação e transformação do Morro da Serrinha num parque ambiental. Autoridades políticas, organizações não-governamentais e associações, como a Associação dos Amigos do Morro da Serrinha, já cansaram de delatar e registrar, em vários tipos de comunicação, o estado avançado de degradação ambiental em que o Morro da Serrinha se encontra.
O morro é uma área pública destinada a ser um parque, de acordo com o plano original de Goiânia, de autoria do estimado urbanista Attilio Corrêa Lima. Segundo historiadores, o então governador do estado e fundador de Goiânia, Pedro Ludovico Teixeira, vislumbrou lá de cima, montado em seu cavalo, onde seria erguida a nova capital de Goiás. Atualmente, a área em questão é uma APP (área de proteção permanente) que deveria ser de propriedade do município de Goiânia, mas hoje possui muitos “donos”, sendo um deles o Estado de Goiás, o qual adquiriu “uma parte” do morro durante as negociações para a instalação sem sucesso do comentado Teleporto.
Hoje, o topo do morro sofre com as instalações de torres de telefonia e de um reservatório d’água, e seus arredores ultimamente só estão servindo para que parte da população local jogue seu lixo, retire parte do seu solo, provoquem queimadas, derrubem árvores e arbustos nativos do cerrado com a finalidade de fazer lenha, além de praticarem alguns delitos, como uso e venda de entorpecentes.
Além da péssima iluminação ao seu redor, o local se transformou num verdadeiro ponto sem total segurança para a população vizinha e para as pessoas que frequentemente se encontram ali para suas celebrações religiosas ou para esporádicas prática de esportes, como o montanhismo e mountain biking.
Portanto, é de fácil compreensão do por que tanto a família de Pedro Ludovico, quanto autoridades políticas, historiadores e ambientalistas refutam e não concordam com a decisão da secretária da AGEPEL, Linda Monteiro, em instalar o grandioso monumento em homenagem ao Pedro Ludovico Teixeira no Morro da Serrinha.
Para os familiares do ex-governador, políticos e historiadores, o morro, na situação em que se encontra hoje, não é nem de longe o local ideal para tamanha homenagem, onde ela certamente sofreria futuramente com descaso, abandono e depredações. Muitos defendem a construção de um memorial, assim como o que foi feito para JK em Brasília, ou que pelo menos a estátua seja alocada onde Pedro Ludovico comandou Goiás: a Praça Cívica, a qual leva o seu nome. Ou seja, num local onde a estátua pode ser mais bem vista e preservada.
Já os ambientalistas desejam que a Serrinha seja transformada em parque o mais rápido possível, que todas as construções humanas no local sejam retiradas do local e que seja feita a recuperação vegetal desse resquício de cerrado perdido em meio a uma área altamente urbanizada de Goiânia.
Mas com a decisão quase que irrevogável da inacessível secretária Linda Monteiro, a partir da qual já está até aberta a licitação para a construção do local para receber a estátua, toda a população de Goiânia se sente de certa forma impotente quanto à possibilidade de escolha de um local para o monumento. Onde exatamente vai ser colocada a estátua? Que tipo de estrutura será criado? Qual será o impacto ambiental? Vai ser mesmo criado um parque no morro? E qual será o tamanho desse parque? Vai ser justa a homenagem ao fundador da capital? Vale ressaltar que uma enquete realizada pelo jornal Diário da Manhã em janeiro de 2009 mostrou que 83% dos 47 leitores entrevistados preferem a instalação do monumento de Pedro Ludovico na Praça Cívica, e não no Morro da Serrinha.
Em suma, sou contra qualquer tipo de impacto ambiental que possa ser causado ao Morro da Serrinha e prezo pela rápida criação de um parque no local e retirada de todas as instalações prediais existentes. Quanto à estátua, defendo que seja colocada em um local bem visto, como a Praça Cívica, ou que seja criado um memorial para Pedro Ludovico em outro local, que não seja o morro, visto sua situação degradante atual.
João Paulo Antunes da Silva - Presidente da Associação dos Amigos do Morro da Serrinha, graduado em Ciências Biológicas (UEG), pós-graduado lato sensu em Perícia Ambiental (PUC-GO), professor de Educação Ambiental e de Ecologia e Meio Ambiente da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA).
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